Trabalhar em casa um desafio…
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Nas organizações ouvia-se com frequências as chefias e os colaboradores dizerem que:
– o que é de casa fica em casa, ou, não levo para casa o que é do trabalho! Ou;
– durante a viagem de casa, para o trabalho e vice versa, eu aproveito para arrumar a cabeça;
Muitas pessoas têm o hábito de se organizar nas viagens, mental e emocionalmente, e agora … com a nova realidade de Trabalhar em casa como o fazem?
Pelo menos duas vertentes surgem, a interna e a externa a nós próprios.
Internamente, é natural haver alguma resistência, por não podermos fazer o que queremos, saindo de casa, convivendo, indo trabalhar para o exterior da nossa casa, mas…
– Em que é que essa resistência nos é útil?
– O que acontece dentro de nós se olharmos para essa limitação, não como uma obrigação, mas sim como uma participação nossa para o bem comum?
E mudando a nossa predisposição, o que aprendemos com isso?
– se concordamos com a decisão base, mesmo que tomada por outros, não será melhor assumi-la e aceitá-la?
E se não concordamos com a decisão, mas nada podemos fazer para a reverter, de que adianta resistir-lhe?
Acredito que podemos sempre escolher o modo como olhamos para a realidade. Acredito que há pelo menos uma perspetiva que nos facilita o processo e aí, ganharmos vontade de sermos cooperantes. Esse processo de cooperação e aceitação interior traz-nos muito mais serenidade e tranquilidade e até, talvez, gratidão. Acredito também que encontrar esta perspetiva se treina, dia a dia. Desafio que vos deixo para os próximos dias.
Por outro lado, existe também uma vertente externa que nos condiciona, o espaço limitado onde temos que estar, dia após dia. No imediato acredito que faça toda a diferença haver um espaço em casa onde cada uma das pessoas trabalha, pais e filhos. Idealmente cada um precisa ter o seu espaço, mesmo que seja a parte da mesa comum onde se senta às refeições.
Este é tempo de respeito uns pelos outros, mas também por nós próprios; ninguém consegue dar-se o tempo todo se não se restabelecer também. Nos últimos dias nesta nova realidade que o Corona Vìrus nos trouxe, gosto de usar a expressão: Cuida de ti, para conseguires Cuidar!
Na verdade, acredito que ninguém consegue emocionalmente manter-se saudável num ambiente tenso ou de constante “guerrilha”, por isso diria que é crucial que sejam estabecidos espaços individuais de trabalho e de estudo, assim como momentos de partilha como são as refeições. Cada um para trabalhar ou estudar precisa estar concentrado, focado, pelo que os “temas” dos outros não o devem distrair, no período de trabalho, e apenas neste.
Mas também é responsabilidade de cada um contribuir para o ambiente que se gera em casa. E isso passa por:
Cuida-te, para conseguires cuidar!
- Estarmos abertos a perspetivas diferentes das nossas, até perceber o que podemos aprender com isso;
- Ninguém é dono da verdade – nem os pais, só por o serem…
- Perguntarmo-nos se o que vamos dizer é construtivo, se é gerador de Amor, ou é apenas um desabafo que pode construir mais Amor se não for partilhado
- Perceber a impetuosidade de algumas pessoas que sabemos que são mesmo assim, e não dar relevância;
- Perceber as energias diferentes e não querer que os outros sejam como eu sou, mas respeitá-los valorizando o contributo que dão para o bem comum.
- Focarmo-nos no que acontece de bem, e não no erro.
- Todos erramos, todos nos enganamos; o que importa mesmo é o que constrói relações positivas e saudáveis. Valorizemos os gestos, as atitudes, as palavras, as ações que constroiem o BEM.
Cuida-te, para conseguires cuidar!
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