eneagrama – WIF Partners

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Que caminhos percorrer para ser Feliz?

Muito se tem escrito sobre Felicidade e se, é possível sermos real e consistentemente pessoas felizes.

Este é um tema difícil, mas sinto que isso passa muito por raramente se falar das virtudes, daquilo que nos faz sentir brilho interior. Reconhecermos, ou identificarmos em nós este brilho, esta alegria de viver, esta força que nos vem de dentro, o que que nos faz sentir – “pessoas felizes”, acontece por autoconhecimento. Só quando estamos treinados a viajar ao nosso interior e dar nome ao que lá se passa é que conseguimos ver e perceber que aí também existem elementos muito bons que nos dão muita alegria e satisfação. A isto eu chamo “brilho interior”.

Esta felicidade, esta força, ninguém nos consegue retirar, anular ou reduzir, pois só nós próprios temos a chave para este nosso cofre – o nosso interior.

O que nos rodeia, o que nos pode intoxicar, na verdade só tem esse poder se nós permitirmos e se nós dermos autorização para penetrar e atuar em nós.

Dir-me-á: – Não sei se, será mesmo assim! Sei que é muito difícil assumi-lo e entendê-lo. Frequentemente temos tendência para nos desculparmos ou reduzirmos o nosso contributo ao deixarmos que o que nos acontece de mal, ou externamente, nos afete interiormente. Acredito que todos nós temos escolhas. No entanto, quando não temos noção ou consciência das nossas escolhas, é como se não existissem.

Como posso então identificar as escolhas que me fazem feliz?

Aí estamos a falar de sabedoria, de autoconhecimento, de ganho de consciência das nossas crenças, motivações, traumas e virtudes. Assumir o que há de muito bom e especial em nós é tão difícil de identificar quanto o que nos é menos agradável – os nossos defeitos. Acima de tudo é importante aceitarmos o que somos e entender as motivações que nos fazem agir como agimos. Conhecer isto ajuda muito a entendermos e a sentirmos compaixão por nós mesmos. Aceitarmos a nossa realidade é fundamental para nos transformarmos. Se andarmos a lutar contra nós mesmos, não conseguiremos mudar nada, pois gastamos toda a nossa energia em nada fazer acontecer.

QuanO que saber para ser Feliz!do conseguimos identificar, aceitar e depois querer fazer diferente, sentimos então a vontade de experimentar o novo e isso leva à transformação. Para que esta mudança esteja orientada ao caminho da nossa felicidade, é fundamental que consigamos frequentemente entrar em contacto com as nossas virtudes.

São elas que nos dão satisfação interior, que nos fazem sentir realizados, que nos revelam o nosso brilho interior. À luz do Eneagrama são exemplo de virtudes:

 

–  o desapego, como largar o que já não me é útil, seja emoção, pensamento ou coisas materiais – quem já experimentou dar o que tem a quem precisa mais sabe que a gratidão que gera é muito gratificante;

– a caridade, no sentido de estar disponível para cuidar;

– a serenidade, ou seja, lidar com as adversidades com paz interior;

– a veracidade, perceber e valorizar o que é verdadeiro e autentico;

–  o equilíbrio emocional;

– a valorização de nós mesmos e dos outros;

– a humildade que possibilita estar disponíveis para o que seja necessário;

– a perseverança, a capacidade de ultrapassar dificuldades insistindo no agir que sabemos nos vai levar a bom porto e a resultados que nos deixam felizes;

– a inocência, que nos retira a necessidade de tudo controlar;

– a coragem, como capacidade de agir guiados pela voz do coração.

 

Então, em vez de nos prepararmos ou reagirmos em luta contra nós próprios ou contra “outros”, importa descobrirmos que a Felicidade vem de dentro de nós, da nossa capacidade e treino de escolhermos entrar em contacto com as nossas virtudes e aptidões, aplicando-as no dia a dia, colocando-as ao serviço de quem delas precisar. E isto é um processo de aprendizagem, experimentação, desenvolvimento e acima de tudo, transformação saudável e consistente.

Eu dou suporte a este meu processo através do conhecimento que o Eneagrama me traz, e sinto-me uma pessoa Feliz. Qual o caminho ou processo já iniciado por si? A nossa vida é uma só, e vale a pena ser vivida com felicidade interior.

 

Ana Sousa

Executive & Team Coach, Life Coach, Facilitadora, Consultora

Managing Partner WIF Partners

Autorevelações com Eneagrama da Personalidade

Recentemente muito se fala de Eneagrama, como ferramenta de autoconhecimento, em especial do Eneagrama da personalidade. Para alguns ainda desconhecido – “Eneagrama”, para outros autorevelação.

Eneagrama significa – figura de nove. Simples, sem dúvida!

Eneagrama

 

Autorevelações

É verdadeiramente incrível como o conhecimento milenar que está representado nesta figura me explica, potencia, ensina e revela.

Quanto mais sei, mais quero saber, de mim e deste conhecimento sobre mim e sobre a humanidade que existe em cada pessoa. Essa humanidade que está representada em cada um dos pontos e linhas desta figura.

Denominado Eneagrama da Personalidade, as suas linhas simbolizam movimento no sentido de não estagnação.

O Eneagrama ensinou-me a aceitar sem julgar

A descoberta da nossa personalidade pode não ser fácil, a minha não foi, pois no primeiro impacto não a quis aceitar mas, com auto observação e curiosidade fui fazendo o meu caminho. Hoje, reconheço que ter perseverança e continuar a querer saber mais de mim permite em muitos momentos da minha vida entender onde os processos/ mecanismos/ pilares base da minha personalidade estão presentes e determinam os meus comportamentos.

A questão é que, muito do que somos, não nos é claro, ou seja, não está na esfera da nossa consciência pois é constituído por uma compilação muito rica de emoções, sentimentos, perceções, traumas e crenças que ao longo dos anos ficaram registados no nosso inconsciente. O pior é que tudo isto não está arrumadinho sem efeitos, pelo contrário, interfere momento a momento no nosso comportamento, influenciando a nossa ação, escolhas e decisões. O Eneagrama ensinou-me a aceitar isso melhor, sem julgar. Como me ensinou ainda a ter maior consciência do meu comportamento identificando a sua origem, ou melhor, as minhas motivações.

Depois de me perceber e aceitar, consigo então escolher fazer diferente e a isso chamo transformação.

Aprendi que tudo o que eu sinto, é meu, vem do meu interior! Eu sou a protagonista e construtora de mim mesmo!

O eneagrama ao descrever as nove personalidades, revela as motivações e mecanismos padrão por nós desenvolvidos para conseguirmos lidar com a realidade do dia a dia, em especial na nossa relação com as outras pessoas, desde a nossa mais tenra idade.

Para mim uma das melhores aprendizagens conseguidas e difíceis de assumir é identificar o que me é dado a conhecer quando a vida insiste em me pôr em contacto com o que me magoa profundamente. Sei, no entanto que será assim enquanto eu não assumir, agora com uma consciência adulta, revisitar esses fatores e resignificá-los. Aprendi com tudo isto que tudo o que eu sinto, é meu, vem do meu interior! Eu sou a protagonista e construtora de mim mesmo!

A figura de nove e o seu conhecimento, expresso nas suas três leis, nos seus três centros de inteligência, nas suas diversas tríades, ao mesmo tempo que nos revela, também nos mostra caminhos de libertação. Pistas concretas para nos libertarmos das amarras e limitações da nossa personalidade, apresentando caminhos de crescimento e desenvolvimento.

Ao estudar e conhecer o eneagrama percebi quanto a minha personalidade me limita e asfixia, mas também aprendi e percebi que essa mesma personalidade me dá competências e capacidades para viver com qualidade na relação com todos as outras pessoas que me rodeiam e seus respetivos “egos”. Sim, no quotidiano, as pessoas têm tendência a viver no Ego ou muito viradas para o seu “eu” em defesa das suas personalidades, e essa é a realidade em que todos estamos inseridos. No entanto a grande revelação é reconhecer que a diferença acontece quando consigo saber isso e identificar quanto este conhecimento influencia as minhas escolhas.

Ganhar a competência de conseguir escolher com conhecimento e consciência

Quando evoluo e me desenvolvo, deixo de ter os comportamentos anteriores?

– Na verdade, não. Mas há mudanças, mesmo que o comportamento se volte a manifestar, pode assumir outra forma ou outra intensidade, mas acima de tudo deixa de ser tão permanente. Acredito que nenhum de nós deixa de demonstrar frequentemente a personalidade, e conhecê-la por si só não nos faz melhores pessoas.

No entanto, posso ganhar a competência de conseguir escolher com conhecimento e consciência qual a versão de mim que me é mais necessária face ao momento e situação. Isso passa por usar as habilidades da personalidade e instintos ou viver na melhor versão de mim mesmo. Assumir ter uma missão de vida com uma tarefa e lugar no mundo que só eu posso concretizar. Assim assumindo mais Ser, contribuir para a plenitude do Mundo, considerando aqui todas as suas dimensões: Humanidade, Natureza e Transcendência.

Hoje sei que não sou a minha personalidade, no entanto, sei que tenho uma personalidade que atua a par e passo com o meu Ser e que o pode abafar ou esconder, se ganhar excessiva presença em mim.

O desafio para ser feliz é encontrar o justo equilíbrio entre as diversas partes de mim, que me fazem ser quem sou.

Discernir o que é agir pela personalidade ou agir pela essência do Ser.

Conhecer o Eneagrama foi para mim, um ponto de viragem. Momento a partir do qual eu ganhei a responsabilidade da escolha de quem quero ser. Vejo a sua concretização nas perspetivas e valorizações que faço na escolha do meu agir, dia a dia.

Hoje, com alguns anos de caminhada consciente e aprofundamento permanente, consigo discernir melhor o que é agir pela personalidade ou agir pela essência do Ser.

A minha personalidade é a capa de defesa do diamante que tenho dentro de mim. Este diamante precisa continuar a brilhar, a cintilar, a manifestar-se, para que não me esqueça que ele existe. Para que isso aconteça precisa ser protegido. Ele sou EU! Ele é o melhor de mim!

A abordagem ao Eneagrama com que me identifico vem do IESH – Instituto eneagrama Shalom, do qual faço parte, permite-me perceber quanto é importante iniciar por identificar a personalidade (são nove) pela autodescoberta. Aprofundar esse conhecimento pela identificação do nosso subtipo (são vinte e sete).  Conhecer os nossos instintos e iniciar a jornada da descoberta do melhor de nós, a nossa essência. Estes são os pilares base de todo o processo. Caminho que enquanto percorremos nos possibilita aceder à quota parte da transcendência que existe em nós. A partir daqui, fica o prazer de descobrir todos os dias a gratidão de estar em conexão com a natureza, com todos os outros seres e Universo, em Amor e… também aí experimentar Deus.

Não deixando de ser humana, imperfeita, ganho a capacidade de me conectar com o meu interior e experimentar viver integrando espiritualidade no meu dia a dia, fazendo escolhas conscientes. Este é o meu desafio de vida.

Eneagrama e a minha Missão de Vida

Tenho uma missão na vida a concretizar, divulgar este conhecimento a todos os que o queiram aprender e integrar.

O Eneagrama ensinou-me um caminho que sei que só estará terminado no dia em que fechar definitivamente os olhos e o meu coração deixar de bater. Até lá, tenho uma missão a concretizar na vida.

Tenho escrito no meu propósito de vida: “Em liberdade e entrega completa, desafio-me a ultrapassar limites e crenças para ser um instrumento daquilo em que acredito plenamente. Fazer isto, usando a minha sensibilidade e capacidade de entender o outro para ir ao âmago e ser instrumento de algo mais poderoso, transbordando a minha energia, em Amor…”

Partilhar este conhecimento está em total sintonia com este propósito. Faço-o com todas as minhas limitações, humanidade, conhecimento, paixão pelas pessoas e pela vida, acreditando que a vida é para ser vivida com Plenitude.

Se me perguntam o que é o Eneagrama, digo que é a porta pela qual obtive resposta às perguntas: QUEM SOU EU? e EXISTO PARA QUÊ?

Hoje tenho a minha própria resposta para estas questões. Elas são pontos cardiais nas minhas escolhas conscientes dia a dia, e muito mudou em mim. Estas questões são o que me inspira a contribuir para excelentes resultados em cada um que queira conhecer-se melhor e integrar esta vivência.

Ana Sousa

Sabe mais sobre o próximo curso de Eneagrama 

Ser na realidade a própria referência

Numa realidade como a que vivemos onde a referência instalada é a incerteza, o receio pelo desconhecido, a tendência é retrair. Até porque todo o ambiente exterior a tal convida. Há, no entanto, outros referenciais e opções que em vez de retrair e ser reativo nos fortificam. Aqui estão três desses referenciais: autoconhecimento, curiosidade e conexão.

No meu interior está o melhor de mim!

Autoconhecimento:

 

Autoconhecimento

Virar para dentro, conhecer as minhas forças e habilidades, assim como enfrentar os meus fantasmas e debilidades. E ainda, compreender as motivações impulsionadoras da minha ação, conhecer o que existe em mim, fortifica-me. Dá-me consciência da minha influência. Afinal não é o que me rodeia que me faz reagir face à realidade, mas sim a minha forma de sentir, pensar e agir. A minha ação e interpretação da realidade, são reflexo do meu interior. É daí que tudo vem. No meu interior está o melhor de mim!

Ao conhecer e perceber esta dimensão estamos mais habilitados a lidar com o desconhecido aplicando o melhor de nós, encontrando novas perspetivas para além do medo que nos provoca e paralisa.

Curiosidade

Todos já assumimos que a nossa realidade dia a dia será diferente do que era até 2020.

Esta mudança tem de novo, a rapidez e a imposição com que se apresenta, fazendo com que que ainda hoje continuemos a não entender que “novo” é esse. Sabemos, no entanto, que existe porque o sentimos e vivemos como novo, e disso todos temos clareza. O que sabemos e o que conseguimos explicar nem sempre é o mesmo, e a curiosidade é o que nos leva a conhecer mais.

Agora, é preciso fazermos perguntas para as quais não temos resposta, procurar saber mais, para entender este novo, dissecá-lo, experimentá-lo, desafiá-lo com novas premissas. Isso exige da nossa parte, abertura e curiosidade. Acima de tudo precisamos de largar as certezas que nos transportam para o que era e nos limitam a entender o “novo”, o que agora é.

Desapegar destas certezas é abrirmo-nos à curiosidade.

Desta curiosidade surge uma atitude inovadora, criativa, capaz de encontrar soluções para os novos desafios. Sabendo que estes desafios, mesmo sendo idênticos aos que já tínhamos, são novos, por estarem num novo ambiente, por terem novos fatores de contexto.

Conexão:

Nenhum de nós está só e isolado no mundo, mesmo que se sinta como tal.

Todos nós podemos e precisamos estabelecer conexão com outros e com outras realidades diferentes da nossa. Não é com banalidades, mas antes criando oportunidades de partilhar o que sentimos, receamos, desejamos e pensamos. E além disso, conseguir rir e descontrair face ao que somos e nos rodeia.

Esta conexão pode também ser com o nosso interior, e podemos fazê-lo escrevendo, meditando, dialogando connosco próprios ou com outras pessoas, integrando outras perspetivas e abrindo horizontes.

O importante é conectar para com isso ganharmos a possibilidade de identificar o que realmente queremos e desejamos. Sendo esta uma referência fundamental da nossa tomada de decisão consciente.

Com autoconhecimento, curiosidade e conexão estaremos mais capacitados para lidar com as possibilidades que a realidade traz dia a dia, assumindo tudo o que de bom acontece, no aqui e agora.

A escolha é minha e é tua!

Isto é, decidir agir e influenciar como me quero sentir interiormente. Robustecidos com a perspetiva e esperança de encontrar soluções à medida, ganhamos tranquilidade e serenidade interior. Fatores estes que alimentam o olhar curioso que dá leveza à realidade.

O nosso cérebro faz escolhas regularmente, mesmo constantemente. No entanto, tendo por base os três referenciais, podemos mudar as nossas escolhas tornando-as criativas, conectadas e alinhadas com a construção do futuro que queremos.

O que tem isto a ver com a escolha automática atual que é dominada pelo medo enquanto emoção presente e mais forte que todas as outras?

Queres ganhar as rédeas ao teu futuro e à tua vida? Então investe em ti mesmo! Desenvolve a curiosidade e mantém conexão contigo próprio e com os outros, momento a momento, no agora, agarrando e concretizando as oportunidades que vislumbres possíveis.

Steve Jobs dizia: “Pessoas criativas são aquelas capazes de conectar experiências que tiveram no passado para criar algo totalmente novo.”

Curso Eneagrama

Eneagrama – muito mais que um teste de personalidade!

Com tudo o que nos rodeia e sentimos nos últimos meses, surgem-nos inquietações e questões mais profundas como:

  • Quem sou eu? “Eu” como pessoa?
  • O que fazer com tudo isto que sinto?
  • Como lidar com tudo o que acontece dentro e fora de mim?
  • Qual a minha missão neste mundo?

Com estas e tantas outras perguntas, iniciamos a nossa procura por mais autoconhecimento. Entre diversas possíveis abordagens, um amigo fala-nos do eneagrama e do seu potencial. Curiosos com o tema, vamos pesquisar na net e o que surge de imediato na pesquisa de  “ENEAGRAMA” é … teste.

Será a realização de um teste, a forma mais adequada para ser o primeiro contacto com o Eneagrama?

A procura por respostas rápidas, mesmo para questões mais profundas, é tentadora. No entanto, será essa a abordagem que melhor nos satisfaz nos resultados que gera?

Já há testes que têm validade, sim, mas não recomendo que este seja o primeiro contacto com o eneagrama, pois na minha opinião, tal desvirtua o próprio eneagrama se o reduzirmos a um teste de personalidade. O eneagrama é muito mais que isso, pois é um conhecimento milenar, simples e profundo que possibilita a cada um de nós:

  • encontrar-se consigo próprio, acolhendo quem é;
  • ganhar compaixão por si e pelos outros;
  • aumentar a sua consciência facilitando a sua transformação e desenvolvimento pessoal;
  • descobrir e potenciar o melhor de si;
  • reforçar a interação e equilíbrio dos quatro pilares humanos fundamentais: corpo, mente, emoção e espiritualidade, sendo que espriritualidade nada tem a ver com religião ou exoterismo.

enegrama

20 anos de aprofundamento com o eneagrama

Na minha experiência de mais de 20 anos de aprofundamento com o eneagrama, vi pessoas ficarem muito tristes ou desoladas com a personalidade que um teste lhes indica, chegando a negar esse mesmo resultado. Ou pior que isso, ficarem muito satisfeitas porque a sua personalidade “não é uma das piores” –  como se houvesse personalidades melhores ou piores! Parece-me importante referir que, na tradição e conhecimento do eneagrama, todas as personalidades são diferentes e que nenhuma é melhor ou pior. Também percebi que as pessoas ficam sem saber para que lhes serve na realidade serem “rotuladas” com um dos 9 tipos de personalidade existentes. Este aspeto da rotulagem ou esteriotipagem levanta muitas questões que advêm do uso indevido do conhecimento e não do próprio conhecimento.

Presenciar a descoberta interior de cada um, ao se confrontar ele mesmo com o conhecimento milenar que compõe a tradição do eneagrama com a sua realidade humana, dia a dia da sua vida concreta, é fantástico.

É realmente fascinante:

  • Presenciar a autodescoberta de cada um.
  • Encontrar clareza na forma como cada um também encontra o melhor de si próprio
  • Perceber como consegue vislumbrar o melhor daqueles que mais conhece nos seus relacionamentos.

E tudo isto não deve ser negado a ninguém fazendo um teste.

Frequentemente tenho ouvido: – “é incrível a sensação de me ir encontrando nas palavras que leio ou oiço na descrição do meu tipo” . Como perceberá, isto faz toda a diferença na aceitação que fazemos de nós próprios.

Esta questão da rotulagem pode acontecer por dois frequentes maus hábitos

O primeiro é o próprio se limitar a fazer um teste de eneagrama e pensar que descobriu sobre si tudo o que o eneagrama tinha para lhe proporcionar de descoberta e tomada de consciência. O segundo mau hábito, advém de pessoas e organizações que já fizeram as etapas iniciais acharem que podem identificar os outros facilmente, esteriotipando a observação dos comportamentos alheios e reduzindo a riqueza humana de cada ser à descrição da sua personalidade. Na verdade cada um de nós para além da sua personalidade tem a sua própria experiência e essência. O eneagrama propõe-nos integrar todos estes conhecimentos e demonstra-nos que o próprio é quem realmente conhece as motivações interiores que originam os seus comportamentos não sendo correto terceiros, só pela observação dos comportamentos, rotularem os outros como que os reduzindo a uma descrição.

No Iesh – Instituto eneagrama Shalom do qual sou facilitadora e membro ativo, defendemos a ideia de que este valioso conhecimento deve ser usado com ética para desenvolver compaixão pelos outros, entendo as suas diferenças face a nós próprios e aceitando a humanidade de cada um com tudo o que isso tem de fantástico mas também de incómodo, como fonte de transformação e crescimento em confronto com a rotulagem, que demonstra incapacidade de mudança e predeterninismo.

O eneagrama ensina que há motivações diferentes para iguais comportamentos, sendo este outro dos fatores que me leva á recomendação de ser o próprio a identificar-se e não um teste ou uma terceira pessoa. Mesmo havendo engano nessa identificação, ela corresponde a um processo precioso e único de auto análise e auto observação que é riquíssimo e recomendável.

ENEAGRAMA

Se não pelos testes, como recomendo que seja feita a primeira abordagem a este conhecimento?

Acredito e considero que de facto existem outras abordagens, mais demoradas mas muito mais ricas, na forma de identificação do eneatipo de cada pessoa.

A identificação do nosso eneatipo é sem dúvida uma abordagem essencial e inicial que possibilta depois o acesso a outros conceitos até muito mais relevantes para nós enquanto indivíduos. Mas é bom iniciarmos por aí. No entanto, a riqueza e profundidade da nossa experiência de autoconhecimento é alvo de escolha individual. Essa é a minha motivação em escrever este artigo, trazer-lhe a minha perspetiva, para mais abrangência da sua tomada de decisão.

Não há eneatipos bons e outros maus, simplesmente são todos diferentes

A possibilidade de experienciar a percepção, mesmo que inicial, de como os nossos comportamentos fazem sentido porque são expressão de motivações interiores fortes e profundas deve ser possível e acessível a todos, por isso existem bons livros e cursos de iniciação que o possibilitam. Desta forma, conseguimos sem julgamento entender que não há eneatipos bons e outros maus, simplesmente são todos diferentes e até pedagógicos uns para os outros. Integrando vivências, entramos com maior profundidade neste caminho de crescimento interior que o eneagrama possibilita a quem o queira conhecer. Além de que isso permite também desenvolvermo-nos com respeito pela tradição e acima de tudo com respeito por nós próprios como pessoa humana.

Após algum conhecimento deste saber, fazer um teste para validar toda a nossa auto observação e autoconhecimento pode ser muito interessante. Fazer um teste, antes de ser desenvolvido em nós o conhecimento suficiente que permite saber aceitar como verdadeiro o resultado desse teste, pode levar-nos à tentação de o considerar errado. Isso, pode prejudicar ou atrasar o nosso próprio processo de crescimento e transformação consciente.

Depois de toda esta partilha, a decisão continua a ser sua, como sempre será, e desejo ter contribuido para que a sua seja mais consciente e menos impulsiva.

Ana Sousa

Executive & Team Coach, Life Coach, Facilitadora, Consultora

Managing Partner WIF Partners

 

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