liderança – WIF Partners

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Que caminhos percorrer para ser Feliz?

Muito se tem escrito sobre Felicidade e se, é possível sermos real e consistentemente pessoas felizes.

Este é um tema difícil, mas sinto que isso passa muito por raramente se falar das virtudes, daquilo que nos faz sentir brilho interior. Reconhecermos, ou identificarmos em nós este brilho, esta alegria de viver, esta força que nos vem de dentro, o que que nos faz sentir – “pessoas felizes”, acontece por autoconhecimento. Só quando estamos treinados a viajar ao nosso interior e dar nome ao que lá se passa é que conseguimos ver e perceber que aí também existem elementos muito bons que nos dão muita alegria e satisfação. A isto eu chamo “brilho interior”.

Esta felicidade, esta força, ninguém nos consegue retirar, anular ou reduzir, pois só nós próprios temos a chave para este nosso cofre – o nosso interior.

O que nos rodeia, o que nos pode intoxicar, na verdade só tem esse poder se nós permitirmos e se nós dermos autorização para penetrar e atuar em nós.

Dir-me-á: – Não sei se, será mesmo assim! Sei que é muito difícil assumi-lo e entendê-lo. Frequentemente temos tendência para nos desculparmos ou reduzirmos o nosso contributo ao deixarmos que o que nos acontece de mal, ou externamente, nos afete interiormente. Acredito que todos nós temos escolhas. No entanto, quando não temos noção ou consciência das nossas escolhas, é como se não existissem.

Como posso então identificar as escolhas que me fazem feliz?

Aí estamos a falar de sabedoria, de autoconhecimento, de ganho de consciência das nossas crenças, motivações, traumas e virtudes. Assumir o que há de muito bom e especial em nós é tão difícil de identificar quanto o que nos é menos agradável – os nossos defeitos. Acima de tudo é importante aceitarmos o que somos e entender as motivações que nos fazem agir como agimos. Conhecer isto ajuda muito a entendermos e a sentirmos compaixão por nós mesmos. Aceitarmos a nossa realidade é fundamental para nos transformarmos. Se andarmos a lutar contra nós mesmos, não conseguiremos mudar nada, pois gastamos toda a nossa energia em nada fazer acontecer.

QuanO que saber para ser Feliz!do conseguimos identificar, aceitar e depois querer fazer diferente, sentimos então a vontade de experimentar o novo e isso leva à transformação. Para que esta mudança esteja orientada ao caminho da nossa felicidade, é fundamental que consigamos frequentemente entrar em contacto com as nossas virtudes.

São elas que nos dão satisfação interior, que nos fazem sentir realizados, que nos revelam o nosso brilho interior. À luz do Eneagrama são exemplo de virtudes:

 

–  o desapego, como largar o que já não me é útil, seja emoção, pensamento ou coisas materiais – quem já experimentou dar o que tem a quem precisa mais sabe que a gratidão que gera é muito gratificante;

– a caridade, no sentido de estar disponível para cuidar;

– a serenidade, ou seja, lidar com as adversidades com paz interior;

– a veracidade, perceber e valorizar o que é verdadeiro e autentico;

–  o equilíbrio emocional;

– a valorização de nós mesmos e dos outros;

– a humildade que possibilita estar disponíveis para o que seja necessário;

– a perseverança, a capacidade de ultrapassar dificuldades insistindo no agir que sabemos nos vai levar a bom porto e a resultados que nos deixam felizes;

– a inocência, que nos retira a necessidade de tudo controlar;

– a coragem, como capacidade de agir guiados pela voz do coração.

 

Então, em vez de nos prepararmos ou reagirmos em luta contra nós próprios ou contra “outros”, importa descobrirmos que a Felicidade vem de dentro de nós, da nossa capacidade e treino de escolhermos entrar em contacto com as nossas virtudes e aptidões, aplicando-as no dia a dia, colocando-as ao serviço de quem delas precisar. E isto é um processo de aprendizagem, experimentação, desenvolvimento e acima de tudo, transformação saudável e consistente.

Eu dou suporte a este meu processo através do conhecimento que o Eneagrama me traz, e sinto-me uma pessoa Feliz. Qual o caminho ou processo já iniciado por si? A nossa vida é uma só, e vale a pena ser vivida com felicidade interior.

 

Ana Sousa

Executive & Team Coach, Life Coach, Facilitadora, Consultora

Managing Partner WIF Partners

Razões para não haver reforço positivo

Acreditamos que todos sabemos que o reforço positivo é bom e muito contribui para que os colaboradores se sintam realizados e motivados. No entanto continua a ser difícil encontrarmos pessoas que nos dizem receber do seu líder reforço positivo regularmente… Porque será? Não há dúvida de que os líderes desempenham um papel fundamental na motivação dos membros da equipa e na promoção de um ambiente de trabalho positivo. No entanto, muitos líderes hesitam muitas vezes em dar um reforço positivo aos seus colaboradores, mesmo quando o merecem. Vejamos as razões que podem impedir o feedback positivo:

Os líderes receiam ser acusados de terem favoritos – Quando alguém se destaca na equipa e merece frequentemente reforço positivo, pode surgir o receio de que elogiar e recompensar frequentemente este colaborador, possa ser visto como favoritismo, prejudicando a moral da equipa e criando um ambiente de trabalho negativo. Importa pensar nas consequencias deste receio:

  1. A pessoa que se destaca pela positiva se não se sentir reconhecida poderá procurar outra equipa onde se sinta bem, e a atual equipa perde um bom elemento.
  2. As outras pessoas também reconhecem o valor do colega e ao perceberem que não é valorizado retiram como conclusão que não vale a pena esforçarem-se e serem bons, pois para o líder são e serão sempre todos iguais.

O ambiente de exigência sem reconhecimento leva a uma falta de motivação e a uma diminuição na produtividade na equipa. E o que era uma boa intenção do Líder em não ter favoritos pode ser uma causa clara da desmotivação e fraca produtividade da equipa.

Os líderes podem não se sentir próximos o suficiente dos colaboradores para dar um feedback de reforço positivo – O reforço positivo passa pela atitude de salientar o que de bom se faz no desempenho regular do trabalho. Se um líder está longe ou não tem um relacionamento próximo com os membros da equipa, pode sentir-se inseguro em dar feedback positivo, pois nem sequer sabe como o fazer, dado que não vê ou tem acesso a muitas das oportunidades de reforçar positivamente a sua equipa. Ao construir uma conexão mais profunda, e uma relação mais informal terá uma melhor compreensão da realidade e terá acesso a informação que de outra forma não tem. Neste pacote de relacionamento informal terá concerteza diversas possibilidades de dar reforço positivo.

Alguns líderes podem simplesmente não se sentir confortáveis em dar um reforço positivo – A liderança frequentemente, e mesmo inconscientemente, é espelho da forma como já fomos liderados. A ausência de reforço positivo é uma constante dos estilos de liderança habituais no passado. Assim os líderes atuais  podem estar mais confortáveis em fornecer feedback de melhoria, não valorizando as conquistas e esforço das suas pessoas. Mas, cada vez mais os colaboradores sentem e verbalizam a necessidade de ser reconhecidos e sabem reconhecer e valorizar os novos estilos de liderança, procurando-os. A liderança é um dos elementos que muito influencia a perda ou a retenção de talento, pelo que o líder precisa desenvolver-se e escolher conscientemente o seu estilo de liderança, assim como adequar esse estilo às pessoas e circunstâncias em que lidera. A liderança aprende-se e treina-se!

 

Alguns líderes podem estar tão focados nos resultados e no que ainda está por fazer que não estão focados no que de bom já acontece, e que é a base do reforço positivo – Acreditam que o trabalho em si deve ser motivador o suficiente, e que “as pessoas não fazem mais do que a sua obrigação”, pelo que elogios e recompensas são desnecessários. Estão focados na operação e esquecem a sua responsabilidade em desenvolver as suas pessoas. No entanto, isso  leva a uma falta de envolvimento dos colaboradores e satisfação no trabalho, sentindo-se como autómatos e não pessoas colaborantes o que afeta claramente e negativamente o desempenho, produtividade e sucesso da equipa.

 

Alguns líderes podem nunca ter experienciado um reforço positivo – Podem ter trabalhado em ambientes onde o reconhecimento e o elogio não era utilizados, tendo como consequência a falta de entendimento do valor do reforço positivo e como fornecê-lo efetivamente à equipa. Esta falta de experiência pode fazê-los sentir-se inseguros ou desconfortáveis quando se trata de dar reforço positivo, ou talvez até não tenham ainda a consciência desta ferramenta eficaz da liderança e desenvolvimento de pessoas.

Poderá depois haver razões mais pessoais e até traços de personalidades que naturalmente usam mais ou menos esta ferramenta de desenvolvimento, pelo que é crucial construir um cultura de feedback positivo na equipa upside down e entre pares.

Há várias razões pelas quais os líderes podem hesitar em dar reforço positivo, no entanto, é fundamental que compreendam a sua importância e como este pode impactar o desempenho e satisfação profissional dos seus colaboradores.

Ao priorizarem e confiarem no poder do feedback de reforço positivo, podem criar um ambiente de trabalho harmonioso que promove a motivação, a autoestima, a autoconfiança dos colaboradores e melhor desempenho e sucesso da equipa.

Este é um tema onde apenas treinando e experienciando se consegue perceber os resultados e vantagens obtidas. Assim,  é crucial que o líder esteja focado no que a equipa faz de bem e no esforço que faz para alcançar os ambiciosos resultados ou implementar novas soluções, e esta talvez seja a mudança mais importante que o líder precisa iniciar por realizar em si mesmo.  Isso fará com que este reforço positivo seja genuíno, autêntico e sincero.

Quer iniciar a sua experiência de dar reforço positivo? Começe hoje, agora já! O que hoje já aconteceu de bom que é por si valorizado?

Ana Sousa

Executive & Team Coach, Life Coach, Facilitadora, Consultora

Managing Partner WIF Partners

Líderes Emocionalmente Inteligentes – Precisam-se!

“Tens que saber cuidar das tuas pessoas!” Se é líder, provavelmente já ouviu esta frase! E se calhar já pensou: “O que é que isto quer dizer? Não sou pai ou mãe de ninguém…”

A verdade é que continuamos todos a ser postos à prova! A incerteza, dúvida, ansiedade, continuam a ser sentimentos cada vez mais frequentes, intensos e manifestados pelas pessoas! De repente fala-se de flexibilidade, saúde mental e segurança emocional. Assuntos que eram tabu, começam a deixar de o ser – felizmente! E as organizações e as lideranças têm que se adaptar, inovar e catalizar mudanças a uma velocidade cada vez maior. As pessoas passam a estar no centro – finalmente!

São necessárias medidas e estratégias organizacionais, para desenhar novos cenários e soluções quase em tempo real, que ofereçam suporte a estas mudanças.

Cabe aos líderes absorverem eles mesmos estas mudanças, desenharem novas soluções e saberem lidar emocionalmente com elas. Precisam de as compreender, identificar o impacto e as alterações que revelam ter na sua equipa e, encontrarem o caminho para restabelecer o ambiente de confiança e clareza que é necessário numa organização.

Então, como podem os líderes fazê-lo?

É aqui que entra a grande máxima: “antes de colocares a máscara de oxigénio nos outros, coloca-a primeiro em ti!”, ou seja é fundamental que o líder possua um profundo autoconhecimento, que se “trabalhe interiormente”,  se desenvolva primeiro enquanto ser humano  e tome consciência do papel que desempenha dentro da sua equipa. No fundo, que desenvolva a sua inteligência emocional. Além disso, é importante que os líderes compreendam que estão expostos e podem ser vistos como guias emocionais pelas suas pessoas; e que, sendo as emoções contagiantes, é necessário que estes as saibam gerir. Essa capacidade advém da inteligência emocional.

Para quê desenvolver a Inteligência emocional?

 Gostamos de dizer que a inteligência emocional é a capacidade que cada ser humano tem de compreender e gerir as suas emoções e de estabelecer relacionamentos saudáveis com os outros. E que é fundamental, para lidar com cenários de mudança e incerteza e para estabelecer ambientes de segurança e estabilidade. A Inteligência Emocional aprende-se e desenvolve-se; a mudança de comportamento vai acontecendo com a tomada de consciência e treino consistente. É  crucial que as lideranças sejam emocionalmente inteligentes!

Sob a orientação de Líderes emocionalmente inteligentes as equipas:

  • Sentem-se mutuamente apoiadas;
  • Partilham ideias;
  • Estabelecem elos emocionais;
  • Tomam decisões em clima de colaboração;
  • Geram interajuda e cooperação;
  • Ganham autonomia e desenvolvem-se.

Os líderes emocionalmente inteligentes, cuidam das suas pessoas, contribuem para a segurança emocional das suas equipas e geram pessoas felizes em organizações sustentáveis.

 

E agora que esperamos ter despertado a sua curiosidade e vontade em desenvolver a sua Inteligência Emocional, poderá esta a pensar: “existem tantas abordagens para o desenvolvimento da liderança com inteligência emocional, que não sei como escolher.” A nossa recomendação é que procure uma abordagem na qual sinta adesão à sua realidade e com a qual se sinta acompanhado na sua mudança de forma consistente. Um programa misto de formação e de acompanhamento com coaching poderá ser uma excelente abordagem para si.

 

Paula Resende

Executive & Team Coach, Life Coach, Facilitadora, Consultora

Managing Partner WIF Partners

www.wif.pt

Adeus, crenças limitadoras!

O que são Crenças?

 

Sem entrarmos em definições, podemos dizer que Crenças são opiniões fortes, que foram por nós apadrinhadas e guardadas com especial carinho. São opiniões tão fortes, que acreditamos nelas como sendo “verdades” absolutas. São fruto das nossas vivências, contextos, valores e vão-se enraizando, fazendo parte do nosso processo mental e emocional. E porquê? Porque quando surgiram em determinado momento da nossa vida, a experiência vivenciada e as perspetivas que tínhamos do momento levaram-nos a percebê-las como úteis.

Só que o mundo muda a todo o momento e as nossas crenças estáticas podem ficar desatualizadas, deixando de ser úteis e passando a ser limitantes; quando isso acontece, prendem a nossa ação e a nossa capacidade para arriscar, conhecer mais e evoluir.

 

Crenças limitadoras: de que forma nos condicionam?

Todos nós temos uma forma própria de olhar e de interpretar aquilo que está à nossa volta. Graças aos valores e experiências de vida que temos, utilizamos as nossas “lentes” para ver o mundo e cada situação que nele ocorre. Podemos não ter consciência disso, mas as nossas lentes condicionam a nossa realidade e isso torna-as limitadas e enviesantes da análise que possibilitam.

 

Assim sendo, esta maneira de ver as situações condiciona as nossas ações e isto deve-se ao facto de existirem crenças limitadoras que tomamos como certas.

As crenças são formadas a partir da perceção que temos do mundo, acabando por se tornar na nossa realidade. Podem impulsionar-nos a agir/a ir mais além, ou, por outro lado, paralisar-nos. Acreditamos tanto em algo que ficamos presos a essa visão que temos da realidade, acabando por não a contradizer ou sequer questionar, aceitando-a como uma “verdade absoluta”, imutável.  E a questão pode estar na palavra “imutável”! Termos verdades absolutas, faz-nos sentir seguros, mas aquilo que é verdade em determinado momento pode não se aplicar noutro e esta é a armadilha das nossas crenças. É que ao acreditarmos que o que é verdade hoje e agora o será sempre, estamos a esquecera influência das circunstâncias e de tudo o que está em constante mudança e transformação.

 

Denise Pará Diniz, coordenadora do setor de gestão de stress e qualidade de vida da Universidade Federal de São Paulo, defende que “o comportamento gira em função disso [das crenças que temos]” e que estas podem mesmo “atrapalhar a reflexão e o estímulo de capacidades.” Além disso, estas crenças limitadoras conduzem-nos para um círculo vicioso de pensamentos automáticos. Estas “lentes” pelas quais fazemos a leitura de nós mesmos e do mundo “podem ter um grau severo de distorção de imagem que confunde as nossas perceções levando-nos a interpretações muito distantes da realidade, sentimentos negativos, reações, atitudes inadequadas”, segundo a psicóloga especialista em Medicina Comportamental, Marcia Marchiori.

 

Estas crenças limitadoras acompanham-nos desde cedo na nossa vida, mas só tomamos consciência delas anos mais tarde.

É um grande desafio colocá-las em causa, até porque quando entramos em piloto automático não reparamos que estamos a proferir algo que nos condiciona e não entendemos de imediato o impacto que isso tem em nós.

Com certeza que já deu por si a dizer “Não consigo aprender isso. É muito difícil” ou “Não sou bom o suficiente a fazer isso.” ou até mesmo “Gostava, mas neste momento não tenho tempo para isso.”

Todas estas frases são limitadoras, e quando as expressamos, estamos a condicionar a nossa própria ação e evolução. O impacto que este tipo de pensamento tem em nós é imenso, até porque pensamento gera pensamento. E pensamento condiciona ação.

 

 

É tempo de dar o salto e transformar

 

Quando deixa o piloto automático de lado e toma a consciência de que se está a deixar dominar por uma determinada crença limitadora, assume as suas escolhas e decisões e percebe que pode atribuir à sua crença um novo significado e abordagem. É muito importante identificar o que o está a impedir de ir mais além, pois só assim conseguirá transformar esta crença limitadora numa crença potenciadora.

Pode começar por perguntar a si próprio o que o leva a pensar de determinada forma; o que origina esse pensamento e quais as consequências que o mesmo tem para a sua vida.

Depois disso, pode reescrever e transformar essa crença limitadora em algo positivo. Por exemplo, deixe de dizer: “Não sou bom o suficiente a fazer isso.” e dizer: “Eu ainda não faço esta coisa a 100%, mas, com o meu empenho e esforço diário, aos poucos vou-me tornando melhor a fazer.” Este poder do “e ainda” é motivacional, dá-lhe esperança e é transformador. E se passasse a incluir o poder do “ainda” sempre que reformula algo que o limita para algo que o potencia?

 

Esta transformação de limitador para potenciador dá-lhe muitas vezes o boost de confiança de que precisa para acreditar em si, nos seus sonhos e nas suas capacidades. Lembre-se da frase inspiradora de Walt Disney: “Não deixe que os seus medos tomem o lugar dos seus sonhos”, afinal de contas, “é o sonho que comanda a vida” e é bom acreditar nele e lutar pela sua concretização.

 

A melhor notícia é que a transformação depende de si, da forma como reprograma certas frases que costuma proferir em piloto automático. Esta reprogramação requer treino para que o cérebro se habitue, esqueça as crenças que outrora o limitavam e dê lugar àquelas que o permitem ir mais além.

 

Depois de ler este artigo sugerimos que reflita sobre as suas crenças que o limitam – algo como: “… não é para mim”, “não consigo…”, “toda a gente pensa assim” – e as avalie à luz do que aqui partilhamos consigo. Depois reescreva-as de modo que sejam impulsionadoras de ação e alavanquem transformação. Não se esqueça do poder do ainda! Depois, veja as diferenças e quanto o muito da mudança que quer ver no mundo depende de si.

Seja Feliz, faça por isso!

Mostrar vulnerabilidade: uma questão de fraqueza ou de coragem?

Estar vivo é estar vulnerável

Pense numa obra de arte. Esta, pelos seus detalhes e materiais, pode ser associada ao conceito de fragilidade. Nos museus e exposições existe um aviso ao lado das obras que solicita para que não se toque nas mesmas, precisamente para não danificar o material. Mas, não é por ser frágil que a obra de arte mostra sinais de fraqueza, pois não?

Esta metáfora pode ser aplicada à vida humana. Ter a coragem de mostrar que se é frágil, sensível, atento ao outro e verdadeiro é ser-se confiante e humano e, como tal, imperfeito e emotivo da mesma maneira que se é racional e prático.

É a vulnerabilidade que nos torna humanos. “Estar vivo é estar vulnerável”, tal como nos diz a investigadora americana Brené Brown.

Nos dias que correm, há quem considere a vulnerabilidade um sinónimo de fraqueza ou de debilidade.

Hoje queremos desafiá-lo a olhar para o conceito de uma maneira diferente.

 

Ser vulnerável não significa ser fraco. Significa sim, ter a coragem para mostrar fragilidades.

A vulnerabilidade é uma característica que possibilita quebrar as barreiras entre os indivíduos, aproximando-os como pessoas que são, iguais em dignidade, com defeitos e qualidades, mas conscientes do que são. Mostrar a sua vulnerabilidade ajuda a gerar relações de confiança, a estreitar os laços e a humanizar a relação com os outros.

Permitir-se ser vulnerável exige autoconhecimento e capacidade para absorver os impactos da exposição da sua fragilidade (que pode ser uma força e é diferente de fraqueza). Ao desafiar-se a mostrar a sua vulnerabilidade, está a sair da sua zona de conforto e a expandir os seus horizontes, o que o permitirá aprender de uma forma contínua.

Ser vulnerável não significa ser fraco. Significa sim, ter a coragem para mostrar fragilidades. Mas atenção, fragilidades que façam sentido nessa relação e que lhe tragam valor acrescentado. Mostrar o seu lado humano, gerador de empatia, que o aproxima dos outros e que mostra que é uma pessoa única, mas “igual” às outras.

 

Ser vulnerável no local de trabalho abre espaço para a confiança e para a criatividade

Isto é válido também para a vida profissional. Temos o mesmo corpo na vida pessoal e profissional, pelo que a vulnerabilidade não deve ser separada ou excluída de nenhuma destas áreas.

Já pensou no impacto que provoca nos outros a ideia de que tem que ser um super-herói, omnisciente, com resposta e solução para tudo? Além de o desgastar e de lhe retirar autenticidade – pois está mais focado em manter essa imagem de super-herói -, leva a que os outros não o sintam enquanto pessoa com emoções que é, e por isso, eles próprios se irão “proteger” e espelhar-lhe o seu comportamento, fazendo com que a as relações sejam pouco autênticas e humanizadas. E o espaço para gerar relações de confiança é substituído por um espaço pouco autêntico, cheio de “armaduras e proteções” e os respetivos medos que lhes estão inerentes… mesmo que aparentemente, tudo pareça estar bem. Claro que parece! Nesta relação só se pode mostrar as forças, as competências…. E é isso que todos fazem! E então, deixa de haver espaço para a curiosidade, a cocriação, para o crescimento e para a transformação.

 

Se for líder de uma equipa, mostre-lhe que é normal não ter sempre resposta para tudo. É líder, mas acima de tudo é humano. Os momentos de incerteza fazem parte e os erros também. “Errar é humano”. Frase antiga, mas sempre atual.

Quando aceita esta condição, faz com que os seus colaboradores se inspirem, percebam que é como eles e que estão todos “no mesmo barco”.

Pedir ajuda e assumir que não se sabe fazer determinada tarefa também é algo a adotar. Seja sincero e fiel àquilo que sente. Desta forma irá fortalecer os laços com aqueles que o rodeiam no local de trabalho e beber conhecimento daqueles que o podem ajudar naquela tarefa que tem mais dificuldades em realizar.

Se não é líder de uma equipa, tenha a coragem de ser vulnerável, de dizer “não sei, mas quero aprender, de ser curioso, de pedir ajuda, de mostrar as suas ideias e propor inovações. É também sua responsabilidade criar este ambiente de abertura, autenticidade e confiança.

Ser vulnerável, abre espaço para a confiança e a criatividade!  Permite que cada um se mostre, traga as suas ideias para a ribalta com confiança. Afinal somos todos imperfeitos!

 

Para se abraçar a vulnerabilidade é preciso ter a coragem para ser imperfeito

Numa Ted Talk[1], Brené Brown explica que para se abraçar a vulnerabilidade é preciso primeiro ter a coragem de se ser imperfeito. Há que aceitar e ser gentil consigo mesmo para depois o conseguir ser com os outros e, desta forma, criar uma conexão com eles.

O Search Inside Yourself Leadership Institute (SIYLI)[2] defende também a importância de cada um expor aos seus pares a sua vulnerabilidade. No entanto, reconhece que mostrá-la pode conduzir a sentimentos e emoções menos agradáveis, porém pertencentes à condição humana e, por isso, impossíveis de escapar.

É também importante saber ouvir com atenção e entender o outro, ideia que acaba por mostrar a relação de proximidade entre vulnerabilidade e empatia.

Ao mostrar a sua vulnerabilidade está a contribuir e a sugerir àqueles que o rodeiam que também o façam, ao mesmo tempo que promove o crescimento de todos.

 

O nosso desafio: Tenha a coragem para largar a ideia de que a vulnerabilidade é algo negativo e que só contribui para salientar os seus pontos fracos.

Relacione-se abertamente com os outros, deitando fora a “capa protetora” de medos e receios.

Abra as portas à vulnerabilidade e dê-lhe as boas-vindas sem medo. E observe e sinta o que isso faz por si e pelos outros!

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[1] https://www.youtube.com/watch?v=iCvmsMzlF7o

[2] https://siyli.org/vulnerability-leadership/

 

Planear o Caminho com Agilidade

 

No mundo BANI[1] em que vivemos, incerteza e viver na incerteza é quase como uma comodity. Talvez mais sentida e falada agora, devido ao facto de vivermos tempos efetivamente incertos, com uma pandemia que se instalou sem pedir licença. No entanto, a Covid-19 apenas acelerou a instalação da incerteza nas nossas vidas, pois era já uma tendência clara.

No estudo “Covid-19: A incerteza faz parte da vida – como lidar com ela?”, a Ordem dos Psicólogos refere que “em situações de crise, em circunstâncias com resultados imponderáveis e continuadas num período alargado de tempo, os sentimentos de incerteza podem ser mais complexos de gerir, podem comprometer a nossa ação ou paralisar-nos.”

 

Hoje partilhamos consigo 3 ferramentas que o podem ajudar a lidar com a incerteza, fortalecendo a sua autoestima.

1 – Conhecer o Propósito. Saber qual é o seu Propósito e conhecê-lo de forma clara, ajuda-o/a a aumentar a sua eficácia e bem-estar, dando-lhe entusiasmo, inspiração e realização. Assim, facilita o estabelecimento de objetivos e planos a longo prazo que estejam alinhados consigo e com aquilo que para si é o mais importante.

2 – Ter uma Visão definida. Isto significa saber para onde quer ir nas diversas áreas da sua vida, para então definir o caminho para lá chegar. Uma forma muito eficaz que o pode ajudar a construir a sua Visão é imaginar-se tal e qual, como se já estivesse lá.  É a visualização, na qual idealiza a concretização do que quer, assim como o que sente e percebe em si por o ter alcançado. Esta etapa dá-lhe a confiança que vem da certeza de ser possível concretizar o que quer num futuro próximo.

“Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.” Esta frase do escritor Lewis Carroll reforça a importância de planear, pois quando não se planifica, qualquer caminho está bem e é seguida uma direção sem foco específico. Também pode acontecer que diferentes e novos estímulos o desviem

do rumo expectável correndo mesmo o risco de ficar baralhado e confuso com as diversas opções possíveis. Quando sabe onde quer chegar, mesmo com os obstáculos e novos estímulos que se podem atravessar no caminho, existe um foco e pode continuar focado até conseguir concretizá-lo.

3 – Planear o caminho e estar disposto a ajustá-lo a cada momento. Um planeamento prévio é fundamental para conseguir reagir com mais facilidade e eficácia a situações de última hora, a novos estímulos. Estes, podem ter origem na incerteza, no novo e desconhecido que surge com frequência. Tendo um plano, gera-se um termo de comparação que facilita a sua escolha em cada momento. A sua decisão deixa de ser realizada pelo medo inerente à incerteza e passa a sê-lo pelos benefícios e oportunidades que possam acrescer ao plano inicial. Isso significa incluir todos os necessários ajustes e correções por forma a reduzir o risco de não se alcançar os objetivos desejados e isso é ajustar-se às circunstâncias do momento. Quando pensa e planeia qual é o melhor trajeto, o caminho a seguir, e quais os recursos necessários, está já “a um passo à frente”.

O planeamento ajuda-o a integrar e priorizar as oportunidades que aparecem, ao mesmo tempo que o desafia a ser também flexível na validação ou alteração do plano inicialmente feito, pois é importante ter em conta que o planeamento não deve ser rígido e que um clima de incerteza leva a uma maior e mais regular revisão do mesmo. Contudo, possíveis alterações não têm, obrigatoriamente, de pôr em causa os resultados; pelo contrário, acontecem para dar suporte a esses mesmos resultados num novo contexto.

Ao planear, está a colocar o seu foco nas soluções e não nos problemas, visto que o planeamento ajuda a combater o medo de não conseguir alcançar o que deseja ao mesmo tempo que reforça a possibilidade de que é possível chegar onde quer! Frequentemente se ouve dizer que “o planeamento é feito para ser alterado”, o que parece uma contradição; contudo, é a forma como é mantido o foco no processo que conduz a resultados. Sem planeamento não há foco no processo, pois este não tem qualquer relevância. Na verdade, é o processo escolhido que possibilita os resultados e a sua excelência.

É assim crucial haver flexibilidade no planeamento desde o primeiro momento, não retirando esta flexibilidade valor ao planeamento, pelo contrário é ela que mantém a sua razão de ser.

 

Quem está munido destas ferramentas, mais rapidamente consegue integrar a incerteza nas suas decisões e alcançar os resultados desejados.

A equipa WIF está aqui para si. Podemos ajudá-lo a Fazer Acontecer.


[1] BANI é a sigla para Brittle, Anxious, Nonlinear and Incomprehensible — Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível

Adeus VUCA. Olá mundo BANI!

Durante muitos anos vivemos no mundo VUCA (acrónimo das palavras inglesas Volatitle, Uncertain, Complex, Ambiguous), um conceito que surge nos anos 80 do século passado, definido por abordagens self-oriented e ágeis para o pensamento, o trabalho e a compreensão do mundo na sua generalidade. Desde então o mundo tem evoluído a uma velocidade estonteante, gerando desafios para os quais não estamos preparados e transformações ao nível do planeta para as quais desconhecemos as respostas. Nasce uma nova terminologia para explicar este mundo e para nos ajudar a encontrar as respostas que precisamos para vivermos de forma equilibrada e sustentável – o mundo BANI – Brittle, Anxious, Non-Linear, Incompreehensible (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível).

A transição entre as duas terminologias – VUCA e BANI – pode ser colocada de forma muito resumida, desta forma:

  • O que antes descrevíamos como volátil deixou de ser confiável e torna-se frágil;
  • As pessoas não se sentem inseguras, mas sim ansiosas. A incerteza transforma-se em ansiedade e mesmo em medo;
  • As coisas não são complexas, mas seguem sistemas lógicos não lineares;
  • O que definíamos como ambíguo afinal é incompreensível.

O mundo BANI abre caminhos para uma abordagem mais compreensível do mundo

O mundo BANI vem, contudo, facilitar novas perspetivas, uma descrição da situação atual, dos estados emocionais e das conexões casuais. Oferece uma visão mais precisa das circunstâncias atuais, abre caminhos para uma abordagem mais compreensível do mundo e cria oportunidades para enfrentar estes desafios de forma adequada.

Este novo acrónimo – BANI – abre possibilidades para escolhermos não ficar nessa ansiedade e medo e para, pelo contrário, decidirmos focar-nos nas soluções para este novo contexto, que passam por:

  • Dar sentido a este mundo novo;
  • Estreitar as conexões de causa e efeito;
  • Procurar uma estrutura estável que explique, a cada momento, o que se passa no mundo.

O mundo BANI abre-nos novas perspetivas para nos desenvolvermos e conectarmos emocionalmente, para o compreendermos e agirmos em benefício de todos os sistemas onde nos inserimos e movimentamos.

Quais são as competências essenciais?

A cada letra do acrónimo BANI, correspondem opções viáveis que dão resposta a estes novos desafios:

  • Se algo é Brittle – frágil, requer que haja capacidade e resiliência.

Quando algo é frágil, está suscetível a falhas repentinas. Os sistemas onde estamos inseridos são frágeis – seja o planeta, as comunidades onde nos inserimos, as organizações, os sistemas familiares. Necessitamos desenvolver competências que nos permitam reinventarmo-nos e reinventá-los, sendo consistentemente resilientes.

  • Se nos sentimos Ansiosos, precisamos de empatia e mindfulness.

Sentirmo-nos ansiosos afeta a capacidade de tomar decisões, tornamo-nos tendencialmente mais pessimistas e com gut feelings negativos, vivendo pré-ocupados com o que ainda não aconteceu (nem sabemos se vai acontecer). De forma a evitar cenários mais negativos necessitamos de saber gerar e sermos alvos de empatia no nosso local de trabalho, em casa, com as pessoas com quem nos cruzamos. Gerar conexões emocionais, estarmos mais atentos ao outro dando-lhe significância, fá-lo sentir-se valorizado e assim contribuir de forma voluntária e criativa para o Bem Comum. Por outro lado, é fundamental que cada um de nós aprenda a desenvolver os seus próprios mecanismos de gestão desta ansiedade, do medo e do stress. Desenvolver estratégias de mindfulness revelam um impacto muito positivo quando lidamos com aspetos relacionados com a ansiedade e com o medo.

  • Se algo é Não-Linear, exige contexto e adaptabilidade.

A lógica básica do que conhecemos como uma cadeia linear de causa-efeito tornou-se não linear: pequenas decisões têm impactos desproporcionais, podendo vir a ser benéficos ou, por outro lado, devastadores. Logo, as organizações com uma maior capacidade de adaptabilidade são as que melhor conseguem dar resposta a desafios adversos. Esta flexibilidade e capacidade de adaptação são fundamentais em cada pessoa para darem resposta às necessidades dos sistemas que se reinventam e se adaptam.

  • Se algo é Incompreensível, é necessário transparência e intuição.

Estes resultados não-lineares que aparentemente não têm qualquer tipo de lógica ou propósito, tornam-se incompreensíveis. Num mundo repleto de enviesamentos cognitivos, é crucial a transparência. Por outro lado esta incompreensão das sistemas, pede uma tomada de decisão rápida e muito intuitiva. Cada vez mais é fundamental que os líderes e todos nós, tenhamos a capacidade para aceder à nossa intuição e confiar nela. E isso treina-se!

A boa notícia

O mundo BANI exige às pessoas um conhecimento aprofundado de si mesmas, e as organizações desempenham um papel importante na revisão de competências, liderança, flexibilidade, confiança, bem-estar e saúde mental. Deste modo, nunca foi tão importante conhecer as nossas pessoas. Perceber quais as suas competências, apoiar em termos de upskilling ou reskilling

A boa notícia: todas estas competências podem ser aprendidas e desenvolvidas para que vivamos neste mundo BANI, inovando e reinventando-nos de forma sustentável e equilibrada, contribuindo para um planeta e um mundo melhores.

Adaptado de: BANI versus VUCA: a new acronym to describe the world – Stephan Grabmeier

Autorevelações com Eneagrama da Personalidade

Recentemente muito se fala de Eneagrama, como ferramenta de autoconhecimento, em especial do Eneagrama da personalidade. Para alguns ainda desconhecido – “Eneagrama”, para outros autorevelação.

Eneagrama significa – figura de nove. Simples, sem dúvida!

Eneagrama

 

Autorevelações

É verdadeiramente incrível como o conhecimento milenar que está representado nesta figura me explica, potencia, ensina e revela.

Quanto mais sei, mais quero saber, de mim e deste conhecimento sobre mim e sobre a humanidade que existe em cada pessoa. Essa humanidade que está representada em cada um dos pontos e linhas desta figura.

Denominado Eneagrama da Personalidade, as suas linhas simbolizam movimento no sentido de não estagnação.

O Eneagrama ensinou-me a aceitar sem julgar

A descoberta da nossa personalidade pode não ser fácil, a minha não foi, pois no primeiro impacto não a quis aceitar mas, com auto observação e curiosidade fui fazendo o meu caminho. Hoje, reconheço que ter perseverança e continuar a querer saber mais de mim permite em muitos momentos da minha vida entender onde os processos/ mecanismos/ pilares base da minha personalidade estão presentes e determinam os meus comportamentos.

A questão é que, muito do que somos, não nos é claro, ou seja, não está na esfera da nossa consciência pois é constituído por uma compilação muito rica de emoções, sentimentos, perceções, traumas e crenças que ao longo dos anos ficaram registados no nosso inconsciente. O pior é que tudo isto não está arrumadinho sem efeitos, pelo contrário, interfere momento a momento no nosso comportamento, influenciando a nossa ação, escolhas e decisões. O Eneagrama ensinou-me a aceitar isso melhor, sem julgar. Como me ensinou ainda a ter maior consciência do meu comportamento identificando a sua origem, ou melhor, as minhas motivações.

Depois de me perceber e aceitar, consigo então escolher fazer diferente e a isso chamo transformação.

Aprendi que tudo o que eu sinto, é meu, vem do meu interior! Eu sou a protagonista e construtora de mim mesmo!

O eneagrama ao descrever as nove personalidades, revela as motivações e mecanismos padrão por nós desenvolvidos para conseguirmos lidar com a realidade do dia a dia, em especial na nossa relação com as outras pessoas, desde a nossa mais tenra idade.

Para mim uma das melhores aprendizagens conseguidas e difíceis de assumir é identificar o que me é dado a conhecer quando a vida insiste em me pôr em contacto com o que me magoa profundamente. Sei, no entanto que será assim enquanto eu não assumir, agora com uma consciência adulta, revisitar esses fatores e resignificá-los. Aprendi com tudo isto que tudo o que eu sinto, é meu, vem do meu interior! Eu sou a protagonista e construtora de mim mesmo!

A figura de nove e o seu conhecimento, expresso nas suas três leis, nos seus três centros de inteligência, nas suas diversas tríades, ao mesmo tempo que nos revela, também nos mostra caminhos de libertação. Pistas concretas para nos libertarmos das amarras e limitações da nossa personalidade, apresentando caminhos de crescimento e desenvolvimento.

Ao estudar e conhecer o eneagrama percebi quanto a minha personalidade me limita e asfixia, mas também aprendi e percebi que essa mesma personalidade me dá competências e capacidades para viver com qualidade na relação com todos as outras pessoas que me rodeiam e seus respetivos “egos”. Sim, no quotidiano, as pessoas têm tendência a viver no Ego ou muito viradas para o seu “eu” em defesa das suas personalidades, e essa é a realidade em que todos estamos inseridos. No entanto a grande revelação é reconhecer que a diferença acontece quando consigo saber isso e identificar quanto este conhecimento influencia as minhas escolhas.

Ganhar a competência de conseguir escolher com conhecimento e consciência

Quando evoluo e me desenvolvo, deixo de ter os comportamentos anteriores?

– Na verdade, não. Mas há mudanças, mesmo que o comportamento se volte a manifestar, pode assumir outra forma ou outra intensidade, mas acima de tudo deixa de ser tão permanente. Acredito que nenhum de nós deixa de demonstrar frequentemente a personalidade, e conhecê-la por si só não nos faz melhores pessoas.

No entanto, posso ganhar a competência de conseguir escolher com conhecimento e consciência qual a versão de mim que me é mais necessária face ao momento e situação. Isso passa por usar as habilidades da personalidade e instintos ou viver na melhor versão de mim mesmo. Assumir ter uma missão de vida com uma tarefa e lugar no mundo que só eu posso concretizar. Assim assumindo mais Ser, contribuir para a plenitude do Mundo, considerando aqui todas as suas dimensões: Humanidade, Natureza e Transcendência.

Hoje sei que não sou a minha personalidade, no entanto, sei que tenho uma personalidade que atua a par e passo com o meu Ser e que o pode abafar ou esconder, se ganhar excessiva presença em mim.

O desafio para ser feliz é encontrar o justo equilíbrio entre as diversas partes de mim, que me fazem ser quem sou.

Discernir o que é agir pela personalidade ou agir pela essência do Ser.

Conhecer o Eneagrama foi para mim, um ponto de viragem. Momento a partir do qual eu ganhei a responsabilidade da escolha de quem quero ser. Vejo a sua concretização nas perspetivas e valorizações que faço na escolha do meu agir, dia a dia.

Hoje, com alguns anos de caminhada consciente e aprofundamento permanente, consigo discernir melhor o que é agir pela personalidade ou agir pela essência do Ser.

A minha personalidade é a capa de defesa do diamante que tenho dentro de mim. Este diamante precisa continuar a brilhar, a cintilar, a manifestar-se, para que não me esqueça que ele existe. Para que isso aconteça precisa ser protegido. Ele sou EU! Ele é o melhor de mim!

A abordagem ao Eneagrama com que me identifico vem do IESH – Instituto eneagrama Shalom, do qual faço parte, permite-me perceber quanto é importante iniciar por identificar a personalidade (são nove) pela autodescoberta. Aprofundar esse conhecimento pela identificação do nosso subtipo (são vinte e sete).  Conhecer os nossos instintos e iniciar a jornada da descoberta do melhor de nós, a nossa essência. Estes são os pilares base de todo o processo. Caminho que enquanto percorremos nos possibilita aceder à quota parte da transcendência que existe em nós. A partir daqui, fica o prazer de descobrir todos os dias a gratidão de estar em conexão com a natureza, com todos os outros seres e Universo, em Amor e… também aí experimentar Deus.

Não deixando de ser humana, imperfeita, ganho a capacidade de me conectar com o meu interior e experimentar viver integrando espiritualidade no meu dia a dia, fazendo escolhas conscientes. Este é o meu desafio de vida.

Eneagrama e a minha Missão de Vida

Tenho uma missão na vida a concretizar, divulgar este conhecimento a todos os que o queiram aprender e integrar.

O Eneagrama ensinou-me um caminho que sei que só estará terminado no dia em que fechar definitivamente os olhos e o meu coração deixar de bater. Até lá, tenho uma missão a concretizar na vida.

Tenho escrito no meu propósito de vida: “Em liberdade e entrega completa, desafio-me a ultrapassar limites e crenças para ser um instrumento daquilo em que acredito plenamente. Fazer isto, usando a minha sensibilidade e capacidade de entender o outro para ir ao âmago e ser instrumento de algo mais poderoso, transbordando a minha energia, em Amor…”

Partilhar este conhecimento está em total sintonia com este propósito. Faço-o com todas as minhas limitações, humanidade, conhecimento, paixão pelas pessoas e pela vida, acreditando que a vida é para ser vivida com Plenitude.

Se me perguntam o que é o Eneagrama, digo que é a porta pela qual obtive resposta às perguntas: QUEM SOU EU? e EXISTO PARA QUÊ?

Hoje tenho a minha própria resposta para estas questões. Elas são pontos cardiais nas minhas escolhas conscientes dia a dia, e muito mudou em mim. Estas questões são o que me inspira a contribuir para excelentes resultados em cada um que queira conhecer-se melhor e integrar esta vivência.

Ana Sousa

Sabe mais sobre o próximo curso de Eneagrama 

7 Ferramentas para definir prioridades

7 Ferramentas para definir prioridades para uma gestão do tempo eficaz

Num ambiente volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA) somos desafiados a cada momento a tomar decisões, cujo impacto é muitas vezes imprevisível. Se as solicitações que nos chegam diariamente parecem ilimitadas, uma certeza temos: o tempo disponível é limitado. Como podemos então fazer a escolha acertada: ao que dar atenção agora, adiar para mais tarde ou simplesmente deixar cair?

Um dos 9 Passos para uma gestão do tempo flexível é a priorização. Saber definir prioridades é uma competência valiosa mas exigente, pois são diversos os fatores que temos que considerar: necessidades das partes interessadas, tempo e recursos disponíveis, urgência, impacto, risco, atratividade etc. Este reconhecimento impulsionou o desenvolvimento de diversas ferramentas com o intuito de facilitar o processo.  Escolhi 7 para partilhar consigo.

  1. Urgente/Importante
    Uma das mais conhecidas ferramentas de priorização é a matriz Urgente/Importante de Dwight D. Eisenhower (ex-Presidente dos EUA). Ajuda a diferenciar o que é importante, i.é,  tarefas que contribuem para o alcance dos resultados,  do que é urgente e necessita de ação imediata.

definir prioridades

Segundo Stephen Covey, autor do best-seller Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, devíamos concentrar 80% do nosso tempo e recursos no que é Importante e Não Urgente, sendo que o restante tempo seria ocupado com as crises – assuntos urgentes e importantes. As restantes categorias não deveriam merecer da nossa parte qualquer atenção.

2. Princípio 80/20

O princípio de Pareto – 80% das consequências advêm de 20% das causas – é comummente usado para ilustrar a tendência de que a maioria dos resultados que obtemos advém de 20% das tarefas, recursos ou esforços realizados. O desafio reside em determinar em que consistem esses 20%.

definir prioridades

Podemos usar um diagrama de Pareto, um gráfico de colunas que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor, para priorizar as situações em análise, e perceber quais das nossas ações nos permitem ser mais eficientes e eficazes, i. é, alcançar os resultados pretendidos com menos esforços. Para tal precisamos ter um histórico de dados em que basear a nossa análise.

3. Matriz Impacto vs Esforço

A matriz impacto versus esforço compara o valor de uma tarefa com o esforço despendido para a executar. Atividades de baixo esforço mas com um retorno elevado ocupam os primeiros lugares na lista de prioridades, seguidas de perto por projetos com elevado valor mas  mais exigentes (estrelas). Esta análise pode basear-se numa estimativa subjetiva do valor ou numa avaliação mais rigorosa, recorrendo, por exemplo, a uma análise custo-benefício que inclua dados financeiros, económicos, de risco e sensibilidade.

definir prioridades

À semelhança do que acontece na matriz urgente/importante, o foco deve ser colocado nas tarefas localizadas nos quadrantes superiores. Nas restantes categorias encontram-se atividades que podemos delegar ou fazer outsourcing, eliminar ou relegar para a lista “Talvez um dia…”.

4. Priorização em equipa

Em contexto de equipa é uma boa prática envolver os seus membros na definição de prioridades. Cada elemento identifica 3 prioridades e as mais sugeridas são debatidas e ordenadas. Se for necessário, após obter a lista com todas as prioridades, dar a possibilidade aos membros da equipa de votarem nas suas preferências. Podem ser distribuídos 3 votos a cada pessoa que os distribui como pretender pelas ações que considerar mais relevantes.

Assim serão consideradas diferentes perspetivas, todos poderão contribuir e chegar a uma lista mais consensual, elevando o compromisso e a responsabilidade coletiva.

5. ABCDE

Quando as tarefas são complexas e parecem ter o mesmo nível de importância, podemos utilizar o  método ABCDE de Brian Tracy que, em vez de manter todas as tarefas num único nível de prioridade, oferece dois ou mais níveis para cada tarefa. O objetivo é olhar com mais atenção para cada tarefa e facilitar a clarificação do seu nível de prioridade.

definir prioridades

Comece por identificar as atividades que quer priorizar, agrupe-as por grau de importância,  atribuindo a letra A às de importância muito elevada, a letra B às Importantes, a C às de importância média, e assim sucessivamente até E. De seguida, dentro de cada grupo, disponho-as pela ordem em que as vai executar.

6. Comparação por pares

Partindo de uma lista de prioridades, e caso tenha dificuldade em decidir por onde começar, pode comparar uma prioridade com todas as outras, perguntando-se: se só pudesse escolher uma, qual seria? Esta análise é útil quando os fatores de avaliação são subjetivos ou inconsistentes. De certo modo põe à prova as nossas preferências iniciais, desafiando a nossa intuição e raciocínio.

Comparação por pares

7. Matriz de Decisão

Se pretender uma análise mais aprofundada, identifique um conjunto de critérios, podendo equilibrar fatores objetivos e subjetivos, e componha uma matriz de decisão.

Matriz de Decisão

Pode atribuir pesos diferentes a cada critério, multiplicando-os pela classificação que atribuir a cada fator. A atividade que reunir mais pontos é a prioritária.

Em síntese

Qualquer processo de priorização inicia-se com a definição objetiva e quantificada dos resultados que se pretende alcançar numa determinada área de atividade, seja ela do âmbito pessoal ou profissional. Quanto mais claro for para si o que pretende atingir, mais fácil será definir as ações prioritárias que lhe possibilitarão ser bem-sucedido. No entanto, se ainda não está seguro, a utilização destas ferramentas de priorização também pode facilitar a clarificação dos resultados, porque vão levá-lo a equacionar o que pretende alcançar a partir de diferentes perspetivas, fatores e critérios. E não se esqueça de ser realista com a quantidade de tarefas que pode executar e flexível com os desafios que se atravessarem no seu caminho.

Se quer aprender e experimentar connosco, veja as oportunidades que temos para si!

Isabel Vilhena
Executive & Team Coach, Senior Consultant & Trainer

 

 

 

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