Faz a empatia parte da vida das organizações?
Podemos olhar para a empatia nas organizações sob várias perspetivas, sejam elas “técnicas” ou a nível das relações pessoais. Quando pensamos cliente, a empatia faz parte inerente das funções do marketing, da área comercial e, em boa verdade, de todas as áreas da empresa, ao colocarmo-nos no lugar do cliente e procurar proporcionar-lhe uma experiência excelente. Mas também é fundamental que nos foquemos na necessidade de conexão e empatia internamente, entre colegas, independentemente das funções que cada um desempenha. Todos somos pessoas e contribuímos para a empresa ser o que é. E sim, desejamos e gostamos de ter boas relações interpessoais no ambiente de trabalho, pois sabemos que daí advém uma melhor comunicação e bem estar entre os colaboradores.
Tal como aprendemos a desenvolver a comunicação, o espírito de liderança ou o trabalho em equipa, a empatia é uma power skill fundamental e que pode também ser desenvolvida; no ambiente de trabalho, esta tem um impacto direto na produtividade, lealdade e nos relacionamentos entre os colaboradores, fornecendo retornos significativos e concretos, de acordo com o relatório Empathy Monitor (2017).
Para quê estimular a empatia?
A empatia é normalmente definida como “a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro”. Contudo, sentir e demonstrar empatia não é necessariamente compartilhar as mesmas experiências ou circunstâncias, mas sim ter a capacidade de se relacionar com o que o outro diz e criar uma conexão com o mesmo. É sentir com o outro, conhecer a sua realidade, reconhecer e integrar as suas emoções. Isto treina-se, precisando acima de tudo de foco no outro e de valorização da verdade e realidade do outro – que é distinta da nossa, mesmo quando é semelhante.
Assim, é crucial que se incentive a empatia na vida das organizações, dado que quando há empatia entre membros de uma equipa, gera-se um clima de confiança, há maior harmonização do ambiente de trabalho e, uma maior propensão para a construção de laços entre os membros; e estes, são elementos geradores de cooperação, partilha e interajuda que bem se distinguem do vulgar “jornal da caserna”, da maledicência, da competição destrutiva e algumas outras dimensões humanas do universo profissonal.
Como líder, que papel posso ter na construção de uma cultura organizacional mais empática?
No desenvolvimento de uma cultura empática, é essencial que os Líderes tenham uma compreensão clara do seu papel, e que compreendam que as pessoas os vêem como seus modelos. Os Líderes são, e foram sempre, pessoas junto de quem a sua equipa procura estabilidade e clareza, e que consciente ou inconscientemente, encaminham as emoções coletivas, tendo o poder de fazer esse encaminhamento na direção certa. Assim, a cultura empática de uma organização deve iniciar-se por eles, de modo a disseminar-se com sucesso por todos.
Cultivar uma cultura empática nas organizações é um processo moroso, pois é necessário um nível de comprometimento e envolvimento elevado; contudo, os resultados desses esforços fortalecem a cultura da organização, geram melhores resultados ao nível da produtividade e uma maior motivação e satisfação de todos – Líderes e equipas.
Como? O Líder precisa cuidar do seu autoconhecimento e autodesenvolvimento, através de coaching ou de formação especializada, para ganhar mais consciência das suas capacidades, vulnerabilidades e potencial e saber como potenciar o clima de conexão e confiança na sua equipa.
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Ana Sousa
Executive & Team Coach, Life Coach, Facilitadora, Consultora
Managing Partner WIF Partners