Adeus VUCA. Olá mundo BANI!
28 Abril, 2021 /0 Comments/in Blog /by midia lmamDurante muitos anos vivemos no mundo VUCA (acrónimo das palavras inglesas Volatitle, Uncertain, Complex, Ambiguous), um conceito que surge nos anos 80 do século passado, definido por abordagens self-oriented e ágeis para o pensamento, o trabalho e a compreensão do mundo na sua generalidade. Desde então o mundo tem evoluído a uma velocidade estonteante, gerando desafios para os quais não estamos preparados e transformações ao nível do planeta para as quais desconhecemos as respostas. Nasce uma nova terminologia para explicar este mundo e para nos ajudar a encontrar as respostas que precisamos para vivermos de forma equilibrada e sustentável – o mundo BANI – Brittle, Anxious, Non-Linear, Incompreehensible (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível).
A transição entre as duas terminologias – VUCA e BANI – pode ser colocada de forma muito resumida, desta forma:
- O que antes descrevíamos como volátil deixou de ser confiável e torna-se frágil;
- As pessoas não se sentem inseguras, mas sim ansiosas. A incerteza transforma-se em ansiedade e mesmo em medo;
- As coisas não são complexas, mas seguem sistemas lógicos não lineares;
- O que definíamos como ambíguo afinal é incompreensível.
O mundo BANI abre caminhos para uma abordagem mais compreensível do mundo
O mundo BANI vem, contudo, facilitar novas perspetivas, uma descrição da situação atual, dos estados emocionais e das conexões casuais. Oferece uma visão mais precisa das circunstâncias atuais, abre caminhos para uma abordagem mais compreensível do mundo e cria oportunidades para enfrentar estes desafios de forma adequada.
Este novo acrónimo – BANI – abre possibilidades para escolhermos não ficar nessa ansiedade e medo e para, pelo contrário, decidirmos focar-nos nas soluções para este novo contexto, que passam por:
- Dar sentido a este mundo novo;
- Estreitar as conexões de causa e efeito;
- Procurar uma estrutura estável que explique, a cada momento, o que se passa no mundo.
O mundo BANI abre-nos novas perspetivas para nos desenvolvermos e conectarmos emocionalmente, para o compreendermos e agirmos em benefício de todos os sistemas onde nos inserimos e movimentamos.
Quais são as competências essenciais?
A cada letra do acrónimo BANI, correspondem opções viáveis que dão resposta a estes novos desafios:
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Se algo é Brittle – frágil, requer que haja capacidade e resiliência.
Quando algo é frágil, está suscetível a falhas repentinas. Os sistemas onde estamos inseridos são frágeis – seja o planeta, as comunidades onde nos inserimos, as organizações, os sistemas familiares. Necessitamos desenvolver competências que nos permitam reinventarmo-nos e reinventá-los, sendo consistentemente resilientes.
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Se nos sentimos Ansiosos, precisamos de empatia e mindfulness.
Sentirmo-nos ansiosos afeta a capacidade de tomar decisões, tornamo-nos tendencialmente mais pessimistas e com gut feelings negativos, vivendo pré-ocupados com o que ainda não aconteceu (nem sabemos se vai acontecer). De forma a evitar cenários mais negativos necessitamos de saber gerar e sermos alvos de empatia no nosso local de trabalho, em casa, com as pessoas com quem nos cruzamos. Gerar conexões emocionais, estarmos mais atentos ao outro dando-lhe significância, fá-lo sentir-se valorizado e assim contribuir de forma voluntária e criativa para o Bem Comum. Por outro lado, é fundamental que cada um de nós aprenda a desenvolver os seus próprios mecanismos de gestão desta ansiedade, do medo e do stress. Desenvolver estratégias de mindfulness revelam um impacto muito positivo quando lidamos com aspetos relacionados com a ansiedade e com o medo.
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Se algo é Não-Linear, exige contexto e adaptabilidade.
A lógica básica do que conhecemos como uma cadeia linear de causa-efeito tornou-se não linear: pequenas decisões têm impactos desproporcionais, podendo vir a ser benéficos ou, por outro lado, devastadores. Logo, as organizações com uma maior capacidade de adaptabilidade são as que melhor conseguem dar resposta a desafios adversos. Esta flexibilidade e capacidade de adaptação são fundamentais em cada pessoa para darem resposta às necessidades dos sistemas que se reinventam e se adaptam.
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Se algo é Incompreensível, é necessário transparência e intuição.
Estes resultados não-lineares que aparentemente não têm qualquer tipo de lógica ou propósito, tornam-se incompreensíveis. Num mundo repleto de enviesamentos cognitivos, é crucial a transparência. Por outro lado esta incompreensão das sistemas, pede uma tomada de decisão rápida e muito intuitiva. Cada vez mais é fundamental que os líderes e todos nós, tenhamos a capacidade para aceder à nossa intuição e confiar nela. E isso treina-se!
A boa notícia
O mundo BANI exige às pessoas um conhecimento aprofundado de si mesmas, e as organizações desempenham um papel importante na revisão de competências, liderança, flexibilidade, confiança, bem-estar e saúde mental. Deste modo, nunca foi tão importante conhecer as nossas pessoas. Perceber quais as suas competências, apoiar em termos de upskilling ou reskilling.
A boa notícia: todas estas competências podem ser aprendidas e desenvolvidas para que vivamos neste mundo BANI, inovando e reinventando-nos de forma sustentável e equilibrada, contribuindo para um planeta e um mundo melhores.
Adaptado de: BANI versus VUCA: a new acronym to describe the world – Stephan Grabmeier