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Adeus VUCA. Olá mundo BANI!

Durante muitos anos vivemos no mundo VUCA (acrónimo das palavras inglesas Volatitle, Uncertain, Complex, Ambiguous), um conceito que surge nos anos 80 do século passado, definido por abordagens self-oriented e ágeis para o pensamento, o trabalho e a compreensão do mundo na sua generalidade. Desde então o mundo tem evoluído a uma velocidade estonteante, gerando desafios para os quais não estamos preparados e transformações ao nível do planeta para as quais desconhecemos as respostas. Nasce uma nova terminologia para explicar este mundo e para nos ajudar a encontrar as respostas que precisamos para vivermos de forma equilibrada e sustentável – o mundo BANI – Brittle, Anxious, Non-Linear, Incompreehensible (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível).

A transição entre as duas terminologias – VUCA e BANI – pode ser colocada de forma muito resumida, desta forma:

  • O que antes descrevíamos como volátil deixou de ser confiável e torna-se frágil;
  • As pessoas não se sentem inseguras, mas sim ansiosas. A incerteza transforma-se em ansiedade e mesmo em medo;
  • As coisas não são complexas, mas seguem sistemas lógicos não lineares;
  • O que definíamos como ambíguo afinal é incompreensível.

O mundo BANI abre caminhos para uma abordagem mais compreensível do mundo

O mundo BANI vem, contudo, facilitar novas perspetivas, uma descrição da situação atual, dos estados emocionais e das conexões casuais. Oferece uma visão mais precisa das circunstâncias atuais, abre caminhos para uma abordagem mais compreensível do mundo e cria oportunidades para enfrentar estes desafios de forma adequada.

Este novo acrónimo – BANI – abre possibilidades para escolhermos não ficar nessa ansiedade e medo e para, pelo contrário, decidirmos focar-nos nas soluções para este novo contexto, que passam por:

  • Dar sentido a este mundo novo;
  • Estreitar as conexões de causa e efeito;
  • Procurar uma estrutura estável que explique, a cada momento, o que se passa no mundo.

O mundo BANI abre-nos novas perspetivas para nos desenvolvermos e conectarmos emocionalmente, para o compreendermos e agirmos em benefício de todos os sistemas onde nos inserimos e movimentamos.

Quais são as competências essenciais?

A cada letra do acrónimo BANI, correspondem opções viáveis que dão resposta a estes novos desafios:

  • Se algo é Brittle – frágil, requer que haja capacidade e resiliência.

Quando algo é frágil, está suscetível a falhas repentinas. Os sistemas onde estamos inseridos são frágeis – seja o planeta, as comunidades onde nos inserimos, as organizações, os sistemas familiares. Necessitamos desenvolver competências que nos permitam reinventarmo-nos e reinventá-los, sendo consistentemente resilientes.

  • Se nos sentimos Ansiosos, precisamos de empatia e mindfulness.

Sentirmo-nos ansiosos afeta a capacidade de tomar decisões, tornamo-nos tendencialmente mais pessimistas e com gut feelings negativos, vivendo pré-ocupados com o que ainda não aconteceu (nem sabemos se vai acontecer). De forma a evitar cenários mais negativos necessitamos de saber gerar e sermos alvos de empatia no nosso local de trabalho, em casa, com as pessoas com quem nos cruzamos. Gerar conexões emocionais, estarmos mais atentos ao outro dando-lhe significância, fá-lo sentir-se valorizado e assim contribuir de forma voluntária e criativa para o Bem Comum. Por outro lado, é fundamental que cada um de nós aprenda a desenvolver os seus próprios mecanismos de gestão desta ansiedade, do medo e do stress. Desenvolver estratégias de mindfulness revelam um impacto muito positivo quando lidamos com aspetos relacionados com a ansiedade e com o medo.

  • Se algo é Não-Linear, exige contexto e adaptabilidade.

A lógica básica do que conhecemos como uma cadeia linear de causa-efeito tornou-se não linear: pequenas decisões têm impactos desproporcionais, podendo vir a ser benéficos ou, por outro lado, devastadores. Logo, as organizações com uma maior capacidade de adaptabilidade são as que melhor conseguem dar resposta a desafios adversos. Esta flexibilidade e capacidade de adaptação são fundamentais em cada pessoa para darem resposta às necessidades dos sistemas que se reinventam e se adaptam.

  • Se algo é Incompreensível, é necessário transparência e intuição.

Estes resultados não-lineares que aparentemente não têm qualquer tipo de lógica ou propósito, tornam-se incompreensíveis. Num mundo repleto de enviesamentos cognitivos, é crucial a transparência. Por outro lado esta incompreensão das sistemas, pede uma tomada de decisão rápida e muito intuitiva. Cada vez mais é fundamental que os líderes e todos nós, tenhamos a capacidade para aceder à nossa intuição e confiar nela. E isso treina-se!

A boa notícia

O mundo BANI exige às pessoas um conhecimento aprofundado de si mesmas, e as organizações desempenham um papel importante na revisão de competências, liderança, flexibilidade, confiança, bem-estar e saúde mental. Deste modo, nunca foi tão importante conhecer as nossas pessoas. Perceber quais as suas competências, apoiar em termos de upskilling ou reskilling

A boa notícia: todas estas competências podem ser aprendidas e desenvolvidas para que vivamos neste mundo BANI, inovando e reinventando-nos de forma sustentável e equilibrada, contribuindo para um planeta e um mundo melhores.

Adaptado de: BANI versus VUCA: a new acronym to describe the world – Stephan Grabmeier

Resoluções de Ano Novo

O que todas as resoluções de Ano Novo têm em comum é o ser/ter/querer melhor do que no passado. Perder peso, ter uma vida mais saudável, parar de fumar, deixar de beber, passar mais tempo com a família. Estas são algumas das resoluções de ano novo mais comuns. Contudo, cerca de 88% têm como resultado final o fracasso (O’Connor, 2019).
Afinal O que é que acontece? Porque é que todos os anos tentamos estabelecer novos objetivos, mas sem sucesso?

Definir objetivos é fácil e faz-nos sentir bem, todavia, executá-los, já não é assim tão simples… Quando pensamos “Este ano vou ser mais saudável e ativo”, transmite-nos uma sensação boa, faz-nos sentir motivados só de pensar em ter uma vida mais saudável e ativa. Mas, quando estamos sentados no sofá a comer aquelas bolachas de chocolate… aí é que começam as dificuldades.

As resoluções de Ano Novo, por norma, enfrentam uma força poderosa - O hábito

Somos animais de hábitos, 40% das atividades que realizamos no quotidiano são comportamentos resultantes da sua repetição frequente e, para criar um novo hábito precisamos de 28 a 254 dias (Hemingway, 2015).

Podemos identificar 3 protagonistas neste processo: O gânglio basal, o córtex pré-frontal e a amígdala:

NEW YEAR’S RESOLUTIONS

– O gânglio basal é o responsável pela dificuldade que sentimos em alterar “aquele” péssimo hábito que temos. Essa região do nosso cérebro é primitiva, inconsciente, e é responsável por reter hábitos, respostas automáticas e rotinas. Todavia, este gânglio pode ser nosso amigo. Quando interiorizamos comportamentos, tais como lavar os dentes ou conduzir, estes tornam-se mais automáticos e inconscientes, libertando o córtex pré-frontal para que possa executar funções cognitivas da melhor forma. Isto é, para alterar estes comportamentos, é necessário coordenar a atividade do gânglio basal com a atividade noutra parte do cérebro – no córtex pré-frontal.

E como se pode fazer isso?

– O córtex pré-frontal é a área responsável pela memória de curto prazo e pela resolução de problemas abstratos. Mantém-nos focados, sendo por isso natural que nem sempre estejamos concentrados nas nossas resoluções. Esta zona fica com excesso de informação em face das inúmeras resoluções e tarefas a seu cargo, gerando-se a receita ideal para o fracasso. Estudos revelam que, quando esta área do cérebro está sobrecarregada, tendemos a tomar más decisões  (Hemingway, 2015). Para evitar que o córtex pré-frontal fique sobrecarregado, é necessário escolher não mais do que um objetivo, de cada vez

“A tired brain, preoccupied with its problems, is going to struggle to resist what it wants, even when what it wants isn’t what we need.”
Jonah Lehrer (author)

Como é possível contribuir de forma positiva e consciente para esta região do cérebro? Quando somos gentis connosco próprios, o nosso cérebro liberta serotonina, um neurotransmissor essencial para um bom funcionamento do córtex pré-frontal. Ou seja, quando conseguimos apreciar as nossas qualidades e celebrar os pequenos sucessos, torna-se mais fácil para o nosso cérebro eliminar os maus hábitos em prol de outos mais benéficos.

– A amígdala, é a responsável pelas emoções, entre outras funções, e está localizada no cérebro. Quando ficamos demasiado excitados ou com raiva, a amígdala vai ter um impacto direto no córtex anterior singular, responsável por avaliar o custo/benefício. O stress prolongado faz com que amígdala fique demasiado excitada, aumentando de tamanho o hipocampo e diminuindo o córtex pré-frontal de tamanho e, consequentemente, desligamos o córtex anterior singular (Soares, 2018). Ou seja, o resultado conduz a más decisões.

O stress e o cansaço também são vilões!

Por fim, destaco como o stress e o cansaço também se tornam vilões. Quando nos encontramos nesses estados, temos mais dificuldade em alocar energia e sangue ao córtex pré-frontal, entrando num estado mais carente e é quando um desejo de dopamina (hormona ligada à sensação de bem-estar, da atenção e foco) surge. E esta fórmula indesejável tem como consequência a necessidade de dopamina rápida, ou seja, algo que nos satisfaça de imediato, por exemplo junk food. O oponente da resolução de ano novo de ser saudável (Soares, 2018).

7 Sugestões para concretizar as suas resoluções

Deixamos-lhe 7 sugestões para que as suas (Re)soluções de Ano Novo resultem:

  • Escolha apenas uma resolução (no máximo duas);
  • Estas resoluções deverão ser transformadas em objetivos SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant and Time-based), ou seja, deverão ser muito concretos, fáceis de medir, atingíveis, devem ser muito relevantes para si e ter um prazo de execução.
  • Formule os seus objetivos com uma linguagem positiva. Por exemplo, em vez de dizer que vai perder peso, diga que vai atingir o peso “x”, o seu peso pretendido. Ou que vai adotar um estilo de vida saudável e que isso significa, por exemplo praticar exercício físico 3 vezes por semana, comer alimentos saudáveis (de acordo com o regime alimentar escolhido), dormir 6 a 8 horas diariamente, meditar “x” minutos todos os dias, outras soluções que sejam as ideais para si.
  • Escreva-as(s) num caderno da forma mais detalhada e concreta que conseguir. Escreva também o que vai sentir quando os seus objetivos forem atingidos. Associar emoções positivas ajuda-o a criar ancoragens para o que vai sentir quando atingir o seu objetivo.
  • Transforme essas grandes resoluções em objetivos mais pequenos – os baby steps; desta forma, vai realizando as suas conquistas – objetivos pequenos são mais fáceis de realizar, pelo que a probabilidade de autossabotagem é menos.
  • Registe diariamente no seu caderno todas as suas vitórias e celebre-as! Celebrar estas vitórias traz-lhe a consciência de que é capaz, contribui para elevar a sua autoestima e para o motivar a prosseguir na conquista do seu grande objetivo.
  • Partilhe os seus objetivos com alguém e peça-lhe ajuda. Ter alguém a quem “prestar contas” ajuda ao compromisso.

As resoluções de Ano Novo acontecem porque estamos a iniciar um novo ciclo.  O nosso desejo para si é que as suas (re)soluções de Ano Novo comecem quando estiver preparado e não após o 3, 2, 1… As soluções que queremos para 2021 são produto do que podia ter sido melhor em 2020.  Com CONFIANÇA de que somos capazes tudo se torna mais fácil. Estamos sempre a tempo de iniciar um novo ciclo e esse novo ciclo é quando quisermos!

Bibliografia:

Hemingway, M. (2015). The neuroscience behind New Year’s resolutions. Https://Www.Davidsonwp.Com/. https://www.davidsonwp.com/blog/2014/12/the-neuroscience-behind-new-years-resolutions

O’Connor, W. T. (2019, January 1). Blame It on the Brain: Why Breaking New Year’s Resolutions Is All In The Mind. Medium. https://medium.com/@profbillyoconnor/blame-it-on-the-brain-why-breaking-new-years-resolutions-is-all-in-the-mind-ee4fe283f680

Soares, J. (2021). Reload. Menos stress. Melhor performance. (Portuguese Edition). Porto Editora.

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