3 passos base para incorporar aprendizagens
Este ano, que aprendizagens lhe trouxe? Consegue lembrar-se de todas ou a sua memória está a ser traiçoeira consigo?
É facto assente que aprendemos muitas coisas durante um ano. Afinal de contas, são 365 dias em que temos a oportunidade de fazer diferente e de aprender com aqueles que se cruzam no nosso caminho.
É certo que alguns dias são idênticos e rotineiros, mas repare que uma ida para o trabalho não é sempre igual, pois não é certo que encontre sempre as mesmas pessoas nos transportes públicos ou no trânsito. Assim sendo, todos os dias são válidos para aprender algo.
Se para si for importante chegar ao final do ano e refletir acerca das aprendizagens que fez, as questões que pode estar a colocar são: “Como é que posso salvaguardar que me lembro de tudo aquilo que aprendi num ano? Como é que memorizo todas as boas práticas que passaram diante dos meus olhos e que quero levar para a vida? Algumas memorizo, mas 365 é mais complicado…”
Propomos-lhe 3 passos:
O primeiro passo é estar atento àquilo que o rodeia. Só assim conseguirá reter as informações exteriores e interpretá-las. Estar atento significa observar com todos os sentidos. Ver com atenção o que o rodeia, escutar sons que normalmente não notaria ou ganhar consciência dos cheiros. É também observar emoções e a forma como se manifestam – em si e nos outros – e os comportamentos que geram ou que delas decorrem.
O segundo passo (o passo chave) é ganhar o hábito de registá-las para, assim, não correr o risco de se esquecer. Esteja um passo à frente da sua memória!
Atente que falamos de aprendizagens, ou seja, para além de atitudes mais simpáticas de alguém com quem se cruzou na rua, no café, no local de trabalho ou das reflexões inspiradoras que retirou quando leu determinado livro, também é válido, preciso e importante anotar conclusões que retira das situações mais complicadas. Registar a aprendizagem de algo que foi mais difícil reforça a mudança que isso pode gerar em si. Em todas as situações há um lado luz. Por isso, é importante que reflita sobre ele e escreva as respetivas conclusões de uma forma positiva.
A nossa sugestão é que faça o registo das aprendizagens no seu computador, telemóvel ou num caderno de forma a não perder ou esquecer.
Independentemente do sítio onde escolher escrever, o mais importante é que aí estejam apenas as suas reflexões e não outros assuntos misturados.
Ao escrever está não só a ganhar consciência, como também a permitir que o seu cérebro assimile melhor a boa prática para futura aplicação no dia a dia.
Há uma lenda árabe[1] que nos diz que “algo grandioso deve ser gravado na pedra da memória e do coração onde vento nenhum do mundo a poderá apagar.” Neste caso, ao gravar no seu computador, telemóvel ou caderno as suas aprendizagens, está a reforçar a ideia na sua memória, não permitindo que a “força do vento” seja mais forte.
O terceiro passo é a aplicar diariamente as aprendizagens. Ao colocar em prática, de forma consciente e consistente o que aprendemos, estamos a facilitar a criação de novos hábitos e comportamentos. Desta forma incorporamos o que vamos aprendendo, até fazer parte do quotidiano. E como continuar este processo de aprendizagem? Estar conscientemente atento àquilo que o rodeia para, assim, ir preenchendo o seu documento dos bons hábitos/coisas que quer levar para a vida.
Observe, registe e aplique! E verá o quanto se simplifica.
[1] Diz uma lenda árabe, cuja origem desconhecemos, que dois amigos viajavam pelo deserto e num determinado ponto da viagem discutiram e um deles deu uma bofetada ao outro. O amigo ofendido, sem nada dizer, escreveu na areia: “Hoje, o meu melhor amigo bateu-me no rosto.”
Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar, pegou um estilete e escreveu numa pedra: “Hoje, o meu melhor amigo salvou-me a vida.”
Intrigado, o amigo perguntou: “Porque é que quando eu te bati escreveste na areia e agora que te salvei escreveste na pedra?” Ao que o amigo responde: “Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Porém, quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória e do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar.”
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